A minha poesia
tentou matar-se
com um tiro
na minha cabeça
Que poema seminal e tonificante
alumiador
a bala que rasou
o osso parietal direito do meu crânio
Espraia-se na respiração
um cheiro a maresia
lúbrico
e uma ténue nuvem
coroada de eufóricas abelhas brancas
desfila em direcção à janela aberta
Na parede onde o projéctil se alojou
viçoso e emocionado
um girassol
(Para o Diego Moraes)
dm
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