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A continuidade e a mudança

Diz Passos Coelho que recuperou o país e que este tem credibilidade internacional que lhe permite mais fácil acesso aos mercados financeiros.

Apela, por consequência, ao voto dos portugueses para governar mais quatro anos e para consolidação económico-financeira do país num clima de tranquilidade e confiança.

Diz António Costa que os indices económicos estão a piorar dia a dia, É preciso mudar a política do actual governo, devolver aos portugueses o que lhes foi retirado em termos de rendimento do trabalho, para relançar a economia através do consumo interno do país.

Poderia aqui apoiar ou criticar pela negativa um ou outro.

O patriotismo ou o nacionalismo foram combatidos pelos autores confessos do regime actual, porque tais conceitos pertenciam à propaganda do regime antes de 1974.

A actual coligação tenta,contudo, recuperar tais conceitos com o princípio de que recuperámos a credibilidade através do mais fácil acesso aos mercados financeiros.

Esta ideia atrai eleitores conscientes de que o país não pode resvalar em direcção a uma nova bancarrota que exija uma outra vez intervenção estrangeira.

Eleitores há que foram cruelmente atingidos pelas restrições impostas pela austeridade para que o país se libertasse das sucessivas dívidas provocadas pelos empréstimos contraidos.

Para assumir compromissos com os credores,imensos portugueses foram sacrificados,com desemprego, com emigração, com diminuição de rendimentos, com falência de empresas, etc.

Estes têm uma menor ideia de patriotismo ou nacionalismo, porque os contributos para o equilíbrio financeiro de Portugal foram-lhes impostos sem lhes ser perguntado se estariam de acordo.

Este grupo de eleitores quer a recuperação imediata dos seus rendimentos, um emprego e não pretende emigrar.

Os primeiros aqui mencionados terão a tendência em votar na Coligação, mas estes últimos desejarão a mudança prometida por António Costa.

O PR apela a um governo de estabilidade, o que significa um governo de maioria absoluta.

O dia 4 de Outubro definirá a preferência dos portugueses.

Ou pretendem a continuidade numa situação de estabilidade oferecida pela Coligação Passos/Portas, com sentido patriótico e nacionalista, ou terão preferência por uma mudança, com a promessa de menores sacrifícios imediatos, mas problemáticos no futuro, pois a economia é volúvel e as certezas têm pouca consistência?

Uma situação de mudança desconhecida valerá mais do que a estabilidade prometida, ainda com a continuidade de alguns sacrifícios, mas previsivelmente menores do que anteriormente?

Pedir maiorias absolutas em tal situação pode entrar nestas conjecturas? Seria preferível, sem dúvida, e o desejo do actual PR insere-se na sua actuação, pois conseguiu contribuir para que a Coligação terminasse a legislatura, pese embora o facto de toda a esquerda ter gritado a bom gritar para que demitisse o governo que exigia sacrifícios.

O sabor da estabilidade é mais “gostoso” do que o aventureirismo de quem quer mudanças ao menor sinal de sacrificios, ainda que eles sejam necessários.

Os portugueses que escolham em consciência.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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